Não esquecendo que este é o mês do Dia Internacional do Rock (13 de julho - ver matéria no nwol), eu decidi contar um pouquinho dos mais de 50 anos de história desse jovem que atende pelo nome de rock and roll. Gostaria de começar dizendo que o seu ritmo contagiante que traduz excitação e frenesi nunca fica datado; digo mais, se renova a cada década. Nos anos 50, quando fora inventado por Chuck Berry, Little Richard, Bill Haley, entre outros, e popularizado por Elvis Presley era uma fusão maluca de rhythm `n` blues, country e gospel, hoje em pleno século 21, ano de 2011, essa definição tem de ser ampliada a níveis cósmicos.
Com o passar dos tempos o rock agregou elementos do jazz, da música clássica, do folk, do Boogie-Woggie, entre muitos outros. Hoje o rock deita e rola na era digital, usando os famosos samplers, instrumentação eletrônica e muitos computadores. Nem por isso o rock perdera a sua essência fundamental: rebeldia. O seu jeito de entrar com o pé na porta e um soco na mente (pois te faz repensar o mundo). Ele traz consigo mudanças ideológicas, psicológicas, sociais e acima de tudo comportamentais que mudaram/mudam a história do mundo até hoje. Atitude é a senha de comando para milhões de jovens do mundo inteiro a cada geração. Por outro lado, comportamento e moda também têm tudo a ver com rock and roll. Cada geração dita sua moda e seu estilo de vida, criando uma conexão entre passado, presente e futuro, e é assim consequentemente na música e em todas as outras formas de expressão.
Mas como surgiu e o que significa o termo rock and roll?
Clica aí!
Em 1951, em Cleveland (Ohio) o DJ Alan Freed começou a tocar R&B para uma audiência multi-racial. Freed é creditado como o primeiro a utilizar a expressão 'rock and roll' para descrever a música. No entanto, o termo já tinha sido introduzido ao público dos EUA, especialmente na letras de muitas gravações rhythm and blues. Três diferentes canções com o título 'Rock and Roll' foram gravadas no final dos anos 40: uma em 1947 por Paul Bascomb, outra por Wild Bill Moore, em 1948, e ainda outra em 1949 por Doles Dickens, e a expressão estava em constante uso nas letras de canções R&B da época. Outro registro de onde a frase foi repetida é a canção Rock and Roll Blues, gravada em 1949 por Erline Harris (atenção: apesar do título da música ainda faltavam elementos sonoros do rock and roll).
A expressão foi também incluída nos anúncios para o filme Wabash Avenue, estrelado por Betty Grable e Victor Mature. Uma propaganda para o filme que circulou em 12 de abril de 1950 anunciou Ms. Grable como …the first lady of rock and roll e Wabash Avenue como …the roaring street she rocked to fame.
Até então, a frase rocking and rolling (balançar e rolar), conforme uma gíria laica negra que remete a dançar ou fazer sexo, apareceu em gravações pela primeira vez em 1922, na canção My Man Rocks Me, de Trixie Smith. Mesmo antes, em 1916, o termo rocking and rolling foi usado com uma conotação religiosa, no registro fonográfico de The Camp Meeting Jubilee, gravado por um quarteto masculino desconhecido.
A palavra rock teve uma longa história no idioma inglês como uma metáfora para to shake up, to disturb or to incite ("sacudir, perturbar ou incitar"). Mas antes, ainda no século XVI, Shakespeare escreveu em um de seus trabalhos My throbbing heart shall rock thee day and night (Meu coração pulsante te fará vibrar dia e noite), ou seja, uma conotação de sentimento a flor da pele, mais ou menos a mesma ideia que persiste até hoje. Já em 1937, Chick Webb e Ella Fitzgerald gravaram "Rock It for Me", que incluía na letra o verso So won't you satisfy my soul with the rock and roll. (Então, você não vai satisfazer a minha alma com o rock and roll.). Rocking era um termo usado por cantores negros gospel no Sul dos Estados Unidos para dizer algo semelhante ao êxtase espiritual. Pela década de 1940, no entanto, o termo foi usado como um duplo sentido, referindo-se pretensamente a dançar, mas também com o significado de implícito de sexo, como em "Good Rocking Tonight", de Roy Brown.
O verbo roll, na idade média, era uma metáfora que significava ter relações sexuais. Durante centenas de anos, escritores têm utilizado expressões como They had a roll in the hay ou I rolled her in the clover. Os termos eram muitas vezes utilizados em conjunto (rocking and rolling) para descrever o movimento de um navio no mar, por exemplo, como na canção Rock and Roll, das Irmãs Boswell, em 1934, que apareceu no filme Transatlantic Merry-Go-Round' (literalmente, Transatlântico Carrossel), naquele mesmo ano, e na canção "Rockin 'Rollin' Mama", de Buddy Jones, em 1939. O cantor country Tommy Scott se referia ao movimento de um trem na ferrovia em Rockin e Rollin, de 1951.
Uma versão alternativa é a de que as origens de rocking and rolling poderiam ainda remontar aos trabalhadores das ferrovias Reconstruction South. Esses homens cantariam canções na batida do martelo para manter o ritmo do seu instrumento de trabalho. Ao final de cada linha em uma canção, os homens balançariam seus martelos para baixo para fazer um buraco na rocha. Os shakers - homens que ocupavam as pontas de aço perfuradas pelo martelo humano - balançariam o prego para frente e para trás para limpar a pedra ou rolar, girando o prego para melhorar a 'mordida' da broca... Mas isso já é outra estória.
Continua...
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